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sábado, 12 de maio de 2012

Diários de uma Rebelde


Lua chega em casa, almoça, toma um banho e se veste. Ela teria que passar a matéria para Arthur, que havia faltado à aula. Então, Lua separa todos os matérias necessários e grita na porta de Arthur.

L: Arthuuuuuur!
A: OI! Entra aí. É muita coisa?
L: Que tal meia tonelada de fórmulas e cálculos estequiométricos?
A: Detesto isso!
L: Somos dois. Mas hoje praticamente só teve matéria puxada em química.
A: Você me ajuda?
L: Lógico! Farei o possível! Sabe que não sou boa nessa área.
A: Ah... Que isso, você é boa em tudo o que faz.
L: Mentiroso...
A: Por onde podemos começar?
L: Que tal numa mesa?
A: Ah, desculpa! Pode por os materiais na mesinha de centro da sala que vou lá no meu quarto pegar minhas coisas.
L: ok...

Lua esperou 5 min.

O que ela não sabia era que Arthur estava extremamente nervoso por ele ter que passar horas ao lado dela, ao lado daquele perfume delicioso que ela sempre usava. Talvez nem estivesse usando, mas já estava gravado. Era suave como rosa, mas ao mesmo tempo demonstrava toda a fortaleza da personalidade de Lua. Era um cheiro bom, mas não muito explicável.

A: Cheguei...
L: Demorou, hein meu filho...
A: Que foi? Virou minha mãe?
L: Acho que a tia Kátia faz isso melhor do que eu.

Os dois riem.

A: Bom, vamos ao que interessa né. Sabe que vai ser difícil ajudar um burro feito eu.
L: Você nem é burro...
A: Vamos ficar discutindo meu QI ou vamos estudar?
L: Bora estudar!

Lua ajudava Arthur nos cálculos. 

L: Arthur! Tá tudo errado!
A: Calma! Mas o que eu tenho que fazer!
L: É só fazer regra de três!
A: Falando assim parece até fácil!
L: Se é pra ficarmos discutindo é melhor você arrumar outra pessoa para te ajudar!
A: [segurando na mão de Lua] Tá bom... Me desculpe. Vamos recomeçar...
L: Só presta atenção no que eu falar, ta bem?
A: Sim, senhora!

Enquanto Lua ia explicando, Arthur ficava vidrado em cada movimento dela. Quando Lua finalmente foi pegar o lápis para fazer mais contas, ela percebeu a distração de Arthur.

L: Arthur? Arthur!
A: Você fica linda assim...
L: Dá pra prestar atenção?
A: [se aproximando] Mas eu to prestando atenção...
L: Na matéria?

Arthur ia se aproximando cada vez mais, até que o rosto de Lua e Arthur quase se colaram.
A: Difícil prestar atenção com uma professora dessas...

Os dois ficaram se encarando até que Arthur tomou a atitude de beijá-la. Ele puxou o rosto de Lua contra o dele e percebeu que Lua correspondia.
Ela fechou os olhos e abriu suavemente a boca. Arthur então mordeu o lábio inferior dela.
O beijo era lento e apaixonado e depois, com a mesma paixão, se tornou mais intenso e avassalador.

A: [ofegante] Isso que é química!
L: [ofegante] Desculpa, mas não dá mais. Vamos fingir que nada disso aconteceu.
A: Mas por quê?
L: [juntando o material] Só vamos esquecer esse beijo, ta legal?

Lua se vai atordoada da casa de Arthur e ele fica sem entender nada...

Ao chegar em casa, Lua sobe correndo para o quarto, joga o material pra qualquer canto e começa a escrever em seu diário.

-Diário aberto-

                   Querido Diário,

Hoje era para ser apenas uma tarde de estudos. Estou começando a crer que  química está por toda a parte.

Sim, hoje rolou o maior climão lá na sala onde eu e o Arthur estávamos estudando. Eu estava explicando a matéria e de repente fomos nos aproximando e eu deixei (quis) que ele me beijasse. Ele estava mais perfumado que o normal (vai ver esse o motivo da demora) e eu não resisti.

 Nosso beijo só foi tomando velocidade.

Se eu gostei? Eu adorei, mas acho que é melhor esquecer o que aconteceu.

Sabe que eu morro de medo de perder a amizade dele.

Vai que foi só uma ficada?

Vai que depois dessa eu tenha vergonha dele?

Só espero que ele me entenda e não fique chateado em relação à minha postura.

Até quando vou aguentar segurar as pontas do meu sentimento?

Obrigada por me ouvir,

                         Lua Blanco

-Diário fechado-
Passada algumas horas, o celular de Lua toca. Era Arthur.

A: Lua, por que saiu daquele jeito?
L: Espero que me entenda...
A: Me fale, me explique o motivo de tanta confusão...
L: Ok... Eu tenho medo de perder sua amizade.
A: Já reparou que nossa amizade já deixou de ser a mesma desde os nossos 16 anos?
L: Mas isso nunca tinha acontecido antes.
A: Aconteceu agora, ué!
L: Arthur, eu só quero ser sua amiga! Qual parte você ainda não entendeu?

Isso foi como uma facada no peito de Arthur. “Eu só posso ser amigo dela. Tenho que relutar contra meu sentimento que insiste  em se intensificar” – Pensava Arthur.

A: Prefiro ser seu amigo do que te perder... Desculpe pelo impasse.
L: Fato esquecido?
A: [Arthur mentiu] Fato esquecido. 

Ambos desligam o telefone.



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